A Última Batalha - SHAKTI Revista

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A Última Batalha




Estava olhando o sol entrando pela janela...

Meus pensamentos fluindo agitados, como se o vento soprasse na minha mente.

Penso. Fico pensando na hora, no momento em que tudo  vai acontecer. Nas visões que sempre tive e destes anos todos de preparação.

Olho à minha volta,  uma dor bate no meu peito... E lágrimas inundam a minha face.

- Não chores.

- É uma emoção profunda, muito intensa.

- Eu sei. Sinto-o.

- Eu fico olhando, observando... E às vezes não suporto ver o que está acontecendo.

- Tenha paciência meu querido, tudo isso passará em breve. Falta tão pouco tempo.

- Compreendo meu Senhor, entendo isto. É que são pessoas que amo muito, são meus afetos. Não sinto desespero, não é isto, mas é que sinto as dores que eles sentirão com o choque, com as mudanças.

- Deixe o seu coração suave, apenas sinta as batidas. As batidas do teu coração emitem um som, o som do universo. Este é o ritmo que deve seguir.

- Sim, farei isto.

- Deixe-me contar algo, algo sobre você. Ouça meu querido:

- “Há muito tempo, num tempo que já nem lembras mais...
Dois impérios estavam em guerra. Você comandava um exército de centenas de milhares de guerreiros.
Os seus inimigos eram superiores em número e estavam em vantagem contra suas tropas. 
Vocês foram cercados e ficaram sitiados nas colinas.
Depois de vários embates sobraram apenas alguns milhares dos seus guerreiros, mas continuavam cercados e eles preparavam o ataque final que iria dizimar vocês.
Naquela noite, você ficou olhando ao longe as tochas e fogueiras que iluminavam a escuridão em volta do seu acampamento. Seria a última noite naquelas colinas e você sabia disto.
Os seus olhos se voltaram para os seus guerreiros.
Havia anos que todos estavam juntos em campanhas que nunca terminavam, a guerra nunca acabava.
Conhecia aquelas almas guerreiras, conhecia suas famílias, esposas, crianças. Cresceram juntos, você e seus guerreiros.
Você, meu querido, diante daquele povo, daquelas famílias fez uma promessa. A de que traria todos de volta, de volta para casa.
Então, olhando ao longe seu coração sangrava. Sabia que ninguém voltaria para casa e esta foi a maior dor que te consumiu naquela noite.
... E naquela noite como agora, você meu amado, chorou.
Ao alvorecer você teve uma intuição de grande guerreiro e uma visão.
A sua alma estava decidida a salvar metade do seu exército, sacrificaria a outra metade apenas para que os pais de família pudessem voltar para suas casas.
Armou, preparou e organizou os seus guerreiros para a última batalha. Vocês partiriam para o ataque. Se era para morrer, vocês morreriam em pé.
Colocou todos os seus comandantes a par do plano e todos concordaram.
Em uma posição inédita, na forma de uma cunha  soltando gritos ensurdecedores foram para o combate suicida.
Vocês da linha de frente abriam brechas nas fileiras dos inimigos e assim formaram várias camadas enfileiradas. Cada linha de frente que caia era imediatamente substituída pela de trás.
A metade do exército que ia voltar avançava pelo meio, protegidos por aqueles que decidiram se sacrificar e que penetravam nas fileiras dos inimigos. Eles foram pegos pela surpresa.
Nunca imaginaram que aqueles poucos guerreiros pudessem enfrentar frente a frente uma força superior a deles. Foi uma batalha infernal, a última batalha de suas vidas!
A metade do exército foi salvo, voltou para casa.
Mas a outra metade ficou espalhada pelas colinas abaixo... E você estava entre eles.
Os inimigos que estavam em vantagem numérica no início, perderam 2/3 do exército e o comandante deles pereceu neste combate.
O seu gesto de amor e compreensão naquela batalha foi a força que salvou a metade do exército e o Império.
Os inimigos nunca mais conseguiram se organizar e se perderam nas suas desordens.
Desde então, meu querido...
... Você tem vindo a este mundo para buscar a metade que pereceu naquela batalha.
- É isto que precisa saber!"

- Meu Senhor, como posso saber que é isto que me aflige?

- Porque Eu sei.

- Como assim?

- Eu estive contigo naquela noite.


Paz na Terra,
Shima.

Publicação original no Blog Caminhando com o Mestre.
24/10/2012.

Artigo de Ernesto Shima | Colaborador.



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